quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Brisas notivagas



Vozes sem ritmo ditam a dança dos dias... Dançarei um tango então, mas não em Paris - ainda. Brisas noturnas fazem bem a alma. Libertária, liberdade, livre, eis.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Sem cinzas (ao menos desta vez)

Vejo uma luz tão distante,
quase magnética.
Diga-me o que pensas?!
Curiosa, ouvinte pulsante,
inúmeros vínculos de sentir.
Que energia esplendida.
Faça-me sentir forte,
faça-me sentir luz,
faça-me seguir em frente,
atravessar a rua,
percorrer o caminho,
correr e correr,
saltitante pelas calçadas.
Ah, sentir o gostinho da brisa
que acaricia delicadamente a face.

Fecho os olhos, tenho o mundo.

domingo, 15 de agosto de 2010

... de desalento... de desencanto.


Respostas, onde estão as respostas? A impressão que tenho é que do alto deste abismo, a queda parece ser tão longa, porém, não mais longa que a espera por aquilo que nunca virá. Queda livre ou voar? Tantos motivos para parar, tantos motivos para seguir. Qual é a diferença quando nunca se está bem? Existem teorias de viver, estas se mostram tão belas, simples, felizes. Não as entendo ou, então, elas não me entendem. Antíteses, talvez. O que faz sentido? Afinal, o que venha ser esta tal felicidade? Pra que teorizar... se o vazio é bem maior. De braços dados com a solidão dançarei no vácuo do tempo até não ter forças para sobreviver. O nada, com um ranço de inconstância no semblante, hoje, acenou para mim e prontamente, de volta, acenei. Queda livre ou voar?

sábado, 14 de agosto de 2010

Faces da noite, em tua esfera vou me banhar, me libertar. Portas arrombadas, vidros estilhaçados, abajures quebrados, lâmpadas queimadas. Sigo, sigo, sigo. Faces da noite. Uma garrafa de conhaque e um livro nas mãos, infinitas inquietações, a predestinação de seguir sempre em frente. Ímpar ou par? Não importa. Segue, segue, segue. Singularidades de uma rapariga.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010


Alguns poetas são eternos... também quero saber, Renato.

http://www.youtube.com/watch?v=5xXWjo0I_W8
(Antes das seis - Legião Urbana)
"O que eu sinto eu não ajo. O que ajo não penso. O que penso não sinto. Do que sei sou ignorante. Do que sinto não ignoro. Não me entendo e ajo como se me entendesse".

(Clarice Lispector - A descoberta do mundo)

sábado, 7 de agosto de 2010


Epifanias cotidianas. Prazeres singelos ou intensos. Como decifrar uma eterna contradição? Olho todos os dias no espelho e digo: simplesmente, não é possível compreender tal enigma. Acostuma-te aos teus risos, delírios, sonhos, choros, alucinações, ilusões. Aos desdobramentos de conduta. Acostuma-te à lama que te espera, como diria Augusto dos Anjos.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Em redor da sombra faz calor de suor abundante. Estou viva. Mas sinto que ainda não alcancei os meus limites, fronteiras com o quê? sem fronteiras, a aventura da liberdade perigosa. Mas arrisco, vivo arriscando. Estou cheia de acácias balançando amarelas, e eu que mal e mal comecei a minha jornada, começo-a com um senso de tragédia, adivinhando para que oceano perdido vão os meus passos de vida. E doidamente me apodero dos desvãos de mim, meus desvarios me sufocam de tanta beleza. Eu sou antes, eu sou quase, eu sou nunca.

(Clarice Lispector - Água Viva)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Isolation, isolation, isolation...

Ian Curtis me entenderia...

Mas se você apenas pudesse ver a beleza,
Destas coisas que eu nunca poderia descrever,
Destes prazeres - caprichosos, distrativos
Este é o meu único prêmio da sorte

Isolamento, isolamento, isolamento...


Sem ângulo

Alguns acreditam e tentam, freneticamente, eternizar momentos através do registro fotográfico, porém, o que torna um momento eterno é a intensidade com que ele é vivido, este nenhum photoshop é capaz de apagar.